Teatro Municipal Maria Matos, 27 e 28 Novembro (21:30h)
Filha bastarda da rumba, dos ritmos tradicionais, das fanfarras nos domingos na igreja e do funk, a ndombolo é a música das noites de Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo. O som é denso e saturado, os ouvintes bebem cerveja e comem espetadas, dançam e namoriscam até de madrugada, quando os primeiros transportes retomam na cidade adormecida. É sobre os seus sucessos que cantam os músicos: o poder trazido pelo dinheiro, as mulheres bonitas, os carros de alta cilindrada, as roupas de marca.
Porque não utilizar a extraordinária energia das guitarras e das vozes da ndombolo, pensou o coreógrafo Faustin Linyekula, não para espalhar sonhos tão leves como os lenços de papel que se vendem nas ruas de Kinshasa, mas para falar da vida real com as suas dificuldades, os impasses e os erros. Penso na energia do movimento punk na Europa e nos Estados Unidos e como os jovens se apropriaram da música para decretar o fim do futuro. Aqui, no Congo, é difícil recusar um futuro que nunca tivemos, de destruir ainda mais o nosso monte de ruínas… apenas sonhar com os pés bem assentes na terra que se possa construir, em cima das ruínas, um pouco mais de futuro…
Texto e imagem: website do Teatro Municipal Maria Matos
Porque não utilizar a extraordinária energia das guitarras e das vozes da ndombolo, pensou o coreógrafo Faustin Linyekula, não para espalhar sonhos tão leves como os lenços de papel que se vendem nas ruas de Kinshasa, mas para falar da vida real com as suas dificuldades, os impasses e os erros. Penso na energia do movimento punk na Europa e nos Estados Unidos e como os jovens se apropriaram da música para decretar o fim do futuro. Aqui, no Congo, é difícil recusar um futuro que nunca tivemos, de destruir ainda mais o nosso monte de ruínas… apenas sonhar com os pés bem assentes na terra que se possa construir, em cima das ruínas, um pouco mais de futuro…
Texto e imagem: website do Teatro Municipal Maria Matos
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