
Teatro Municipal da Guarda, 4 de Outubro (21:30h)
A ópera, “a obra”, é uma aproximação a um espectáculo total, combinando música, teatro e dança. Mas combina-as segundo uma convenção de base, a de a narrativa ser cantada. E essa convenção é a mais eminentemente artificial. Uma das particularidades dessa ópera a tantos títulos singular que é “Dido & Eneias” de Henry Purcell (1689) é que combina como nenhuma outra uma escala de câmara com a grande escala operática da sua exacerbação passional. Este espectáculo construiu-se, foi-se construindo, sobre a ópera de Purcell. Mas chama-se Ópera e não “Dido & Eneias”. “Dido & Eneias” era a matéria, o texto, libreto e partitura, para ser encenado e matéria a ser trabalhada, supondo a convenção própria da ópera – não a relegando para um elemento da base musical sobre a qual se constrói o movimento e a cena, as cenas, antes tornando presente essa convenção – e as possibilidades da sua escuta.
Imagem e texto: página web do Teatro Municipal da Guarda
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